Chorava baixinho,
porque não podia chorar.
Chorar é feio e
homem não chora.
Pôs-se então a soluçar.
Soltou o choro contido,
feito uma criança.
Só ele sabia o tamanho da dor que doía...
Doía nele e o acompanharia
por toda hora e lugar.
Como uma fisgada no peito,
estraçalhando-lhe o miocárdio.
Era uma dor danada de braba,
rasgava-lhe o músculo e a alma!
O sofrimento que tirava-lhe o ar,
era amar e não saber valorizar.
O penar de se perder um grande amor e
não saber o caminho p'ra voltar...
(Suzan Keila)
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