domingo, 30 de setembro de 2007

Bela noite
enluarada.

Desejo estar
apaixonada.

Só hoje.

Uma noite.

Aproveitar o luar
e desapaixonar...

(Suzan Keila)

sábado, 29 de setembro de 2007

é cedo

para morrer de amor
para desacreditar
para sofrer e sentir dor


é tarde

e a lua está deslumbrante
imensa e flutuante
num céu de diamantes


é hora

de ir embora
seguir meu rumo
estrada à fora



(Suzan Keila)

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos
tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...


(Mario Quintana)
Sorrir

Sutilmente
Simplesmente
Sabiamente

Sorrir

Excêntricamente
Inconseqüentemente
Absurdamente

Sorrir...só sorrir.

Sem se importar
com o tamanho do sorriso.

Por que ninguém se importa
com o tamanho da sua dor.


(Suzan Keila)
Era bom

era bom começar tudo de novo
vida nova com sol e fantasia
era bom meditar de roupa nova
sem esta escuridão ao meio dia

era bom não ficar nas coisas boas
era bom que depois fosse esquecendo
era bom que os relógios não parassem
era bom que quando fosse bom
fosse bom de uma vez ou nunca fosse


(Horácio Dídimo)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Sonhar

aquele grande sonho
de criança

que agora é um pequeno sonho
de gente grande


(Suzan Keila)
Dançar

A dança da vida.

Que, às vezes, é assustadora
de tão agitada.


Outras, é uma balada perfeita
de tão encantadora.


Ou...
É só a dança da vida.


No seu ritmo certo, (ou incerto)
com sua letra e melodia...


Melodia

carros
crianças
pessoas
passos
vozes
gritos
risos
vento
choro
pranto...


e o ser humano desajeitado
tentando acertar o passo...


(Suzan Keila)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Bem se vê

bem se vê que agora é muito tarde
é a hora em que o teu sorriso
não pode mais significar
é a hora cansada da derrota
das distâncias constantes
das solidões inapagadas

agora é ficar ficar
e terminar
não dizer nada a ninguém
que não há ninguém
que já virou ontem
o presente eterno que trouxeste

um dia tinha que ser
e veio um dia que foi


(Horário Dídimo)
Tão perto,
tão longe.

Tão íntimos,
tão estranhos.

Por um segundo
tive a sensação de tê-lo ao meu lado,
mas já não era a mesma coisa,
já não éramos os mesmos.

O encanto já havia acabado e
só nos restaram as mágoas.

Tão perto,
tão longe.

Tão íntimos,
tão estranhos.

Conversas, olhares,
já não são mais os mesmos.

Na despedida
a frieza,
a inquietude
e um singelo beijo no rosto,
quando já tivemos um ao outro,
na certeza de sermos um só...

um singelo beijo no rosto.


(Suzan Keila)
No acaso do nosso encontro
Uma confusão dentro de mim
que veio de mansinho
embalada com sorrisos e conversas
ah...essas conversas
impossível viver sem elas
impossível dormir sem elas

Tudo acontece devagarzinho
como uma leve brisa que toca o rosto
e você se pega sorrindo sem saber o porquê

Está acontecendo agora
sangue pulsando rápido nas minhas veias,
coração batendo acelerado para suprir o oxigênio que me falta.

O mar está agitado
frio na barriga,
arrepio na pele,
e sorrisos sem explicação

Velhas sensações conhecidas...
serão elas bem vindas?

Será paixão?

Que nos faz fantasiar...
um toque no seu silêncio,
um afago nas suas palavras,
e um anseio sem fim de
ver você,
ouvir você,
tocar você,
ou só te ver silenciar
quando o mundo todo está a desabar,
só te ver silenciar...


(Suzan Keila)
Um vício
Desejo incontrolável
Escrever
Letras e palavras
Organizar idéias
ou só colocá-las no papel
e deixar que elas criem a forma que quiserem
Sentir e fazer
e quando olhar
Sorrir
Sensação de leveza
que vem da alma...

(Suzan Keila)