sábado, 25 de outubro de 2008

TEMPO DA DELICADEZA

No tempo da delicadeza,
anseio encontrá-lo.

Longe de minhas fraquezas.

Em um lugar qualquer...
Que não seja a rua da desilusão.

Em um espaço do tempo...
Que não sejam horas de solidão.

Esperarei?!

Existirá?!

O tempo da delicadeza:

Não é tempo, não é lugar.

São esperanças sem fundamentos.

Tudo o que restou e não findou.

Esperanças tão pequeninas,
que não sobreviveriam
ao tempo do perdão.

(Suzan Keila)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

CASTELINHO DE AREIA

Uma menina.


Um castelinho de areia.

Sonhos e esperanças.

Um vento forte.

O castelo desfez-se...

Sonhos e esperanças
estilhaçaram-se.

Tudo ficou pequenino e fragmentado
em meio aos grãos de areia.

A menina viu-se perdida.

Desesperada,
olhava os pequenos grãos de areia espalhados por toda a parte.

Esperanças, sonhos...

Tudo ficou perdido, bagunçado, pequenino...

Grandes sonhos de criança,
tornaram-se pequenos sonhos de gente grande...
(Suzan Keila)

sábado, 23 de agosto de 2008

Destino...

Uma peça, nossas peças,
suas peças.

Um momento:

Beijos acidentais.

Uma noite espontânea.

Congelados no tempo.

Conversas, olhares e sorrisos.

Muitos espectadores e
um só espetáculo:

Os dois.

O momento.

Algo aconteceu:

Atitudes incontroláveis.

Vida real, sonhos irreais em seres reais.
(Suzan Keila)

domingo, 17 de agosto de 2008

Uma companhia.

O Sol nasce sorrateiramente.

Cúmplices, em silêncio,
contemplam o espetáculo da natureza.

Um silêncio,
e o barulho do mar.

Um olhar,
e algo no ar.

São cúmplices.

Caminham sobre suas decepções.
Contam amores, amigos e
emoções.

Uma afinidade perturbadora
em minutos de amizade.

O tempo voa, o sol nasce e o mar é testemunha...

Um momento.

Seu tempo.

Nosso tempo.

Duas almas, uma alma,
nossa alma.

Aquela paz.
(Suzan Keila)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ela e a Felicidade II

Felicidade voltou e
acalentou a irmã.

Fizeram as pazes.

As duas,
como uma só.

Uma só alma.

O que outr'ora doía,
já passou.

A inquietante agonia,
já sarou.

Uma constante alegria,
paira entre as duas.

Ela, faz uma prece.

Pede a Felicidade
que não a deixe mais sozinha.

A outra, pede perdão.

Diz que sempre estarão juntas.

E caso Ela não ache.

Que procure dentro de si.

Porque as duas,
são como uma só.

Ela e a Felicidade.

(Suzan Keila)
Ela e a Felicidade.

Eram irmãs.

Estavam sempre juntas.

Sorrisos e beliscões.

Doía nela,
a outra sentia.

Aprontavam todas.

A mais danada era a felicidade.

Brincavam de esconde-esconde.

A danada escondia-se no mais secreto esconderijo
e demorava a voltar.

Ela, entristecia e
não queria mais brincar.

Quando a outra voltava,
eram de novo,
como uma só.

Um dia,
a alegria deu espaço a tristeza.

Felicidade foi esconder-se de novo,
diz ter achado um bom lugar.

Ela, ficou sozinha.
A irmã está demorando a voltar...

Ela e a Felicidade brigaram.
E agora? Como será?

(Suzan Keila)
Poeta,
adormecido.

De poesias engavetadas;

De fantasias guardadas;

De dores superadas...

Abre a gaveta
dos teus sentimentos.

Desperta tuas letras,
que adormeceram no tempo.

Poeta,
meu amigo.

Solta tua poesia.

LiVRE.

Aos quatro ventos.

Fale de dor
ou de alegria.

Transforme em arte
a tua agonia.

Poesia livre.

Alma livre.

Ser livre.

Fantasia livre.

Como um grito da alma,
derramado no papel.

(Suzan Keila)
Acordou
ou ainda dormia.

Realidade?

Fantasia?

O lugar era lindo.

Muitas cores.

Não havia nada pela metade.

Tudo era muito e
por inteiro.

As cores tinham um brilho tão intenso
que ofuscava o olhar de quem ousava fitá-las.

O lugar.

Desconhecido.

Tinha um cheiro bom...

Cheiro de felicidade nova,
dessas que acabara de brotar
d'um jardim regado a sorrisos bobos
de apaixonados que passavam por lá.

O som...

Aconchegante como a voz de uma mãe
em uma cantiga de ninar...

Abriu e fechou os olhos:
O lugar ainda estava lá.

Um travesseiro e um cobertor.

A febre cessou.

A cantiga era real.

E o lugar?

Quem saberá?!

(Suzan Keila)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A espera é árdua
e o trajeto conciso.
Um ser humano indeciso
vagando na rua.

Carros e pessoas.
Barulho e movimento.

Ele está só.

Não ouve e não vê.

Só sente.

O músculo que tem no peito,
bate aperreado.

O sangue corre mais rápido
em sua veias.

Reações químicas acontecem
em seu cérebro.

Ele não aceita,
mas está apaixonado.

A idéia é nova.

Os sintomas são bem antigos.

A tênue linha entre o trajeto e a espera
é rompida.

E o amor acontece.

(Suzan Keila)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Voa Poesia (Prece desesperada I)

Poesia,
encantada.

Fantasia,
guardada.

Voa longe.

Vai junto com a brisa
que toma o rumo
do meu amor.

Sai dos meus sonhos e
torna-se real.

Viaja na peleja de
encontrá-lo a tempo.

Vai poesia amiga!

Antes do amor se perder
na poeira da estrada.

Faz tua parte
minha poesia,
voa longe e me livra
dessa agonia.

Sonhadora que sou,
esperarei tua volta.

Toma teu rumo poesia e
trás de volta minha inspiração...

Meu amor, meu amigo...
A melhor parte de mim.

É uma prece desesperada,
mas esperarei você voltar:

Minha poesia encantada.


(Suzan Keila)
Prece desesperada II (Volta poesia)

Volta poesia.


Já faz tempo.


Por que não volta logo
com minha alegria?


A espera é longa.

O breve distante
e o tempo infinitamente longo.


Volta minha poesia,
mas cumpre a tua missão.


A ansiedade me consome,
corrói tudo por dentro...


Um vazio.


Algo foi perdido:


O alicerce, um pilar,
uma peça fundamental...


Volta minha poesia encantada e
faz do teu encanto
a minha felicidade.


Toma teu rumo de
volta p'ra mim e
deixa bem longe a saudade.


Minha poesia, minha amiga,
minh'alma nua...


Conhece os meus sentimentos e
sabe que sempre seremos um só:


Minha poesia e meu amor.


(Suzan Keila)

terça-feira, 11 de março de 2008

Quem há de entender minhas palavras?

Alguém que sofre-dor,
porque ama-a-dor?

Alguém que com-paixão,
já teve arrependimento grande?

Talvez um louco que via-jante,
porque saco vazio não para em pé!

Algum des-ordenado,
que não recebeu o salário do mês?

Um insano, um apaixonado, um descrente, um burguês...

Des-esperado o que chegou de surpresa e
não viu esses tolos versos sobre a mesa...

Versos con-fusos de todos os estados e países,
vindos de alguém que não sobre-vive sem falar de amor...


(Suzan Keila)
Tudo...
e nada.

Tatear a verdade e
entender a saudade.

Enlaces vividos
à sombra de dores,
sofridas em outr'ora.

Sorrisos
guardados...

Beijos
desejados...

Suspiros
sufocados...

Há veracidade em tudo,
até na saudade.

(Suzan Keila)

terça-feira, 4 de março de 2008

Desatarei o nó
que nos prende
e nos rende,
como um só.

Há tempos,
já não faz sentido.
Enlace sofrido,
vindo de outros ventos.

Desatar o nó e
estar sozinho.
Seguir um caminho e
não estar só...

É desprender
algo que dói em vão.
É entender
quando um sentimento já não é são.


(Suzan Keila)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Silêncio atroz,
alma calada.

O que poderia ser,
não foi nada.

Choro calado,
vestígios de um coração.

Um céu nublado
sobre uma falsa solidão.

A recusa do amor,
obedecendo a dor.

Assim funciona
a máquina sem jeito,
que bate aqui no peito e
alguns chamam coração.


(Suzan Keila)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Inquietação, decisão, tradução.

Você me conhece.

Consegue despir minh'alma com um simples olhar.

Sente o cheiro dos meus sentimentos...aguçados.

Tento escondê-los.

É inútil.

Eles exalam com toda força,
por todo meu corpo,
por toda minh'alma.

Você me traduz, me vira ao avesso,

inquieta-me...

Tento me conter,
mas perto de você sou apenas eu.

Desarmada.

Alma nua.

Conhece meus pontos fracos,
vai até eles e finca uma foice...

Eu sinto.

Você sente.

Somos iguais,
em nossas diferenças.

Somos diferentes,
em nossa igualdade.

Eu, você...

Traduz meu ser,
também consigo te traduzir.


O que há p'ra decidir?

Se esse amor já passou e
não vingou...
 

(Suzan Keila)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Mergulho dentro de mim.

Tenho a sensação de estar perdida.

Tento me encontrar...

Onde estou?

Dentro de mim só encontro você...

Nas feridas mais leves e
nas mais graves.


Nas lembranças mais doces e
nas menores.


Estou impregnada do teu ser.

Procuro a mim mesma e
só consigo te ver.


Quero me encontrar e
só consigo te reconhecer.


Que tormento!

Acho que vou enlouquecer.

Viver sem você,
isso é fácil...


Eu só preciso aprender...



quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Você se foi e
eu nem pude te sentir
mais uma vez.


Na verdade,
eu quem fui.


Um abraço te daria,
p'ra acabar com essa agonia.


Sem rancor.

Só inquietação.

Gosto de você,
mas vai passar.


Já passou,
já está passando.

Não consegui te amar,
mas ainda sinto o teu cheiro,

teu abraço,
teu afago.


Nosso laço...

Que se desatou facilmente.

Assim como uma breve chuva de verão,
que molha a varanda em um fim de tarde.


Aqui vou eu,
sem fazer alarde.


Leve chuva que passou,
precoce amor que não vingou...


Passei por você, por sua vida e
já estou de partida...


(Suzan Keila)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Saudade,
sofrida


Sorrateiramente,
saracoteada


Soa,
sem-vergonha


Sabiamente,
singular


Silenciosa,
sinfonia


Sufocante,
sozinha


Sem sossego,
suspiro...


Saudosa...

(Suzan Keila)