sábado, 23 de julho de 2011

As bonecas ficaram para trás.
Foram-se cedo demais.


A menina viu-se mulher.


Da inocência na “rua ladrilhada
com pedrinhas de brilhantes”,
para a vida real...


Realidade faz crescer.


Menina madura.


Mulher mais dura.


Dane-se a etimologia.


Mais dura, que seja.


Ainda é cedo para as bonecas.


Elas não dormem.
Nem envelhecem.


- Acomodem-se...


- Fiquem um pouco mais...


Até o escuro passar...


E, outrora,
a luz e a sensatez,
ladrilharem a rua
da vida dela...

sábado, 16 de julho de 2011

Mandacaru,
chuva no sertão.

Chega água,
chega acalento ao coração.

Quem sobrevive à falta d’ela,
vive a esperança de vê-la chegar...

Formosa como uma flor,
ainda a desabrochar.

O amor é assim...

Sobrevive.

Tem suas reservas.

Raízes profundas.

As folhas caem.

E ali está ele...

Esperando o tempo favorável.

Amor é mandacaru,
 é sertão, é caatinga...

Espera e nunca morre...

A água de viver!