sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Vi morrer alegrias,
vi dias sem Sol raiando.


Sim, ainda estou sambando!

Com um sorriso no rosto e
vivendo em um mundo de cetim,
não debocho da dor!


Tenho medo da dor,
porque sei o quanto doeu outr'ora.


Vejo um novo Sol raiando e
tenho muitos motivos para permanecer sambando...


Mas o sorriso do rosto
não condiz com o sorriso da alma...


Não debocho da dor,
porque ainda dói...


Não paro de sambar,
porque não sei o que fazer...


E esse sorriso radiante?
É p'ra esconder as lágrimas flutuantes,

que percorrem minh'alma...

Falsa alegria,
tamanha hipocrisia.


Junto com você foi-se o brilho
de cada amanhecer...


E desatinada estou a vagar,
até quase enlouquecer!


(Suzan Keila)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Calor,
euforia,
desejo...


Dois corpos decifrando-se...

Beijos,
carícias e
promessas.


Perdem-se um no outro.
Seus rumos e pudores.


São íntimos e estranhos.

Despudorados e recatados.

Amantes sem elo,
porém apaixonados.




(Suzan Keila)

sábado, 3 de novembro de 2007


Estavam muito quietas.
Alguma elas aprontariam.


A mais rechonchuda é a mais carinhosa.
A outra é mais "pouquinha" e é orgulhosa.


São primas, amigas e parceiras de traquinagem.

Bateu a porta no pé da prima e arredou o pé dali!

Abriu o berreiro a "pouquinha".
A rechonchuda quis pedir desculpas e dar um abraço, a outra não quis.

Ficaram por ali, pelos cantos da casa.
Estavam brigadas.


De repente, esquecem o ocorrido e começam a traquinar pela casa.
Entre pulos, gritos e risos as duas primas fazem as pazes, sem nem saber que a fizeram.


(Suzan Keila)
Olhos fechados...

Pode ser perigoso.

Por que perigoso rima com gostoso?

Não queria usar essa rima,
porque um amigo falou p'ra não abusar das rimas.


Inevitável e lamentável
é andar de olhos fechados sabendo que é perigoso,
só porque é gostoso!


(Suzan Keila)
Chorava baixinho,
porque não podia chorar.


Chorar é feio e
homem não chora.


Pôs-se então a soluçar.

Soltou o choro contido,
feito uma criança.


Só ele sabia o tamanho da dor que doía...

Doía nele e o acompanharia
por toda hora e lugar.


Como uma fisgada no peito,
estraçalhando-lhe o miocárdio.


Era uma dor danada de braba,
rasgava-lhe o músculo e a alma!


O sofrimento que tirava-lhe o ar,
era amar e não saber valorizar.


O penar de se perder um grande amor e
não saber o caminho p'ra voltar...


(Suzan Keila)