quarta-feira, 14 de abril de 2010

Eira, beira e tribeira.


Minha casa,
minha cara.


Sou pobre de eira.
Minha casa é sem beira.


Meu palácio,
herdei de nobres.


Sou rico de eira, beira e tribeira.


São as minhas maiores posses.


Mas cabe a alguém explicar,
quiçá um entendedor.


O que percorre as entrelinhas?


Que entranha-se sorrateiramente
no cimento?


E ninguém vê?


Eis a Eira da sabedoria;


A Beira do desassossego;


E a Tribeira da alma.


Essa, última,
é do rico, é do pobre.


É nobreza de espírito,
não há como herdar.

Nenhum comentário: