Uma encomenda:
Um “cento de palavras”.
E, talvez, a poesia aconteça.
Não aceito devoluções.
O mercado de palavras está em alta.
Pode apostar, Meu caro.
E, p’ra poesia fluir,
precisarei de algumas regalias:
Um friozinho, uma cadeira confortável, um suquinho,
a calada da noite, silêncio...
Ah!
O “cento de palavras” e
a bendita inspiração.
Entregarei tal encomenda.
Data marcada e lugar.
Sem enrolação.
Terá suas cem palavras.
Conexas ou desconexas.
Elas chegarão.
Devagarzinho...
Estão vindo com o vento.
E basta uma leve brisa,
p’ra poesia fluir...
Pronto.
Aqui está:
A poesia
da falta de poesia,
em cem palavras.
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